Gordura no Fígado (Esteatose Hepática): Entenda de Vez o Que É, Por Que Acontece e Como Tratar
- Luiz RobMS
- 16 de abr.
- 4 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
Você já ouviu falar em gordura no fígado? Esse nome pode até soar leve, mas a verdade é que estamos falando de uma condição séria — e que vem crescendo silenciosamente em todo o mundo.

A chamada esteatose hepática é o acúmulo de gordura nas células do fígado. E sabe o que mais assusta? Na maioria das vezes, ela não dá nenhum sinal no começo. Vai se instalando devagar, sem alarde… até que, se nada for feito, pode evoluir para complicações graves como cirrose, insuficiência hepática ou até mesmo câncer.
Mas calma. A boa notícia é que, quando descoberta a tempo, ela pode ser revertida. E é sobre isso que vamos conversar aqui.
O Que é, de Fato, a Esteatose Hepática?
É quando o fígado — esse órgão multitarefa que realiza mais de 500 funções no nosso corpo — começa a acumular mais gordura do que deveria dentro de suas células. Isso compromete seu funcionamento e, se não tratado, pode abrir caminho para inflamações e danos sérios.
Estima-se que cerca de 1 em cada 4 pessoas no mundo tenha algum grau de gordura no fígado. E o mais curioso? Muita gente só descobre em exames de rotina.
Tipos de Gordura no Fígado: Existe Diferença?
Sim, e entender isso é essencial para saber como agir.
1. Gordura no Fígado Causada pelo Álcool (DHGA)
Causa: consumo frequente e exagerado de bebidas alcoólicas. O álcool atrapalha o metabolismo das gorduras, e o fígado começa a falhar nessa tarefa. Alguns fatores aumentam o risco: genética, frequência do consumo, e sim — mulheres são mais suscetíveis aos danos do álcool nesse caso.
2. Gordura no Fígado Sem Ligação com Álcool (DHGNA)
Causa: maus hábitos alimentares, excesso de peso, sedentarismo, diabetes tipo 2, colesterol alto, entre outros. É o tipo mais comum hoje em dia, especialmente nos países ocidentais. Ela pode se apresentar de duas formas:
Esteatose simples: só acúmulo de gordura, sem inflamação.
Esteato-hepatite (EHNA): além da gordura, há inflamação e risco de fibrose.
Sintomas: Por Que É Considerada uma Doença Silenciosa?
Porque, na maioria dos casos, não sentimos nada — e aí está o perigo. Quando os sinais aparecem, geralmente são sutis e fáceis de ignorar:
Cansaço persistente, sem motivo aparente
Dor ou incômodo no lado direito do abdômen
Sensação de estufamento após as refeições
Náuseas, perda de apetite
Em casos mais avançados: inchaço abdominal, pele e olhos amarelados, confusão mental
Se Não Tratar, o Que Pode Acontecer?
Ignorar o problema pode levar a:
Esteatohepatite: inflamação associada à gordura
Fibrose: formação de cicatrizes no fígado
Cirrose: dano irreversível que compromete funções vitais
Insuficiência hepática: quando o fígado já não consegue mais trabalhar
Câncer de fígado: especialmente em casos de cirrose
Como Saber se Você Tem Gordura no Fígado?
É mais comum descobrir em exames de rotina. Mas veja os principais métodos:
Exames de sangue: para verificar enzimas hepáticas (ALT, AST, GGT)
Ultrassom: detecta alterações no fígado
Elastografia: mostra o grau de rigidez hepática (fibrose)
Biópsia: exame mais preciso, usado em casos específicos para entender a gravidade
E Agora? Como Tratar de Forma Eficaz?
1. Comece Pelas Mudanças no Estilo de Vida
Alimente-se melhor: opte por uma dieta mediterrânea — rica em vegetais, azeite, abacate, castanhas, grãos e poucos carboidratos refinados.
Perca peso com consciência: perder entre 7% e 10% do peso corporal já faz uma grande diferença na saúde do fígado.
Mexa o corpo: pelo menos 150 minutos de atividade física por semana já ajudam.
Diga adeus ao álcool: especialmente nos casos de DHGA, mas mesmo na DHGNA, cortar o álcool faz uma enorme diferença.
2. Suplementos que Têm Base Científica
Vitamina E: ajuda a reduzir a inflamação (mas precisa de orientação médica).
Ômega-3: ótimo para baixar os níveis de triglicerídeos e aliviar inflamações.
Probióticos: cuidam do intestino — e o intestino, por sua vez, ajuda o fígado.
3. E os Medicamentos?
São indicados apenas em casos específicos e sempre com prescrição médica. Entre os mais utilizados:
Pioglitazona: útil para quem tem EHNA com diabetes
Ácido ursodesoxicólico: para situações especiais
Estatinas: se há colesterol alto junto
Metformina: para quem tem resistência à insulina
Como Prevenir a Esteatose Hepática (ou Evitar que Volte)
Aqui vai um checklist simples e eficaz:
Mantenha um peso saudável
Beba bastante água (pelo menos 2L por dia)
Corte ou reduza os ultraprocessados
Faça atividade física com regularidade
Dê folga ao seu fígado: dias sem álcool fazem diferença
Controle diabetes, colesterol e pressão alta
Faça exames de rotina e acompanhe sua saúde hepática
Conclusão: Sim, É Possível Reverter a Gordura no Fígado
A esteatose hepática não é sentença. Com cuidado, orientação médica e mudanças consistentes no estilo de vida, você pode recuperar a saúde do seu fígado — e de quebra, melhorar sua energia, bem-estar e longevidade.
Pense assim: seu fígado está lá, todo dia, trabalhando sem parar para te manter vivo e funcionando. Agora talvez seja a hora de cuidar dele de volta, com escolhas que realmente nutrem o corpo.
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