A Jornada da Mulher no Climatério: Sintomas, Transformações e Cuidado com o Corpo e a Alma

Envelhecer faz parte da vida. E com ele, o corpo feminino passa por mudanças intensas — muitas vezes silenciosas, mas profundamente sentidas.

Um dos marcos mais significativos dessa fase é a transição que leva ao fim do ciclo menstrual. Isso acontece por conta da falência progressiva dos ovários, que deixa os ciclos ovulatórios cada vez mais irregulares, até cessarem por completo.

Com o passar dos anos, esse processo se intensifica. A ovulação se torna menos frequente e os intervalos entre as menstruações começam a se alongar — muitas vezes chegando a 40 ou 50 dias. Essa alteração costuma se tornar mais evidente por volta dos 47 anos.

Mas essa história vai muito além da menstruação. Os famosos fogachos — também conhecidos como ondas de calor — são talvez os sintomas mais conhecidos da transição menopausal. São sensações súbitas de calor que “tomam conta” do corpo, especialmente do rosto, pescoço e peito. Elas duram poucos minutos, mas impactam o bem-estar de forma significativa.

E olha que dado impressionante: em 2025, mais de 1 bilhão de mulheres estarão na pós-menopausa em todo o mundo. Isso representa cerca de 12% da população global. E com o envelhecimento populacional, muitas passarão praticamente metade da vida nesse estágio.

Mas a boa notícia é que, com informação e cuidado, é possível atravessar essa fase com leveza e saúde.

O que é o Climatério, afinal?

O climatério é o nome dado a essa transição natural da vida da mulher — do período reprodutivo para o não reprodutivo. Ele geralmente começa entre os 35 e 40 anos e está diretamente ligado ao esgotamento progressivo dos folículos ovarianos.

Isso significa que o corpo passa a produzir menos hormônios como o estradiol, enquanto os níveis de FSH (Hormônio Folículo-Estimulante) aumentam — um processo completamente fisiológico e esperado.

Apesar de ser natural, essa fase pode vir acompanhada da chamada síndrome climatérica, com sintomas que afetam tanto o corpo quanto o emocional da mulher. E é aí que mora o desafio: equilibrar-se por dentro e por fora, quando tudo parece estar mudando.

Sintomas que mexem com a vida da mulher no Climatério

Ondas de calor, suores noturnos, insônia, alterações de humor, ansiedade… Esses sintomas podem parecer passageiros, mas para muitas mulheres eles impactam diretamente a rotina, o sono, o humor e até os relacionamentos.

A vida continua, mas o corpo exige outro ritmo — mais escuta, mais autocuidado, mais acolhimento.

E como cuidar de si nessa fase?

A terapia de reposição hormonal (TRH) ainda é uma das estratégias mais utilizadas para amenizar os sintomas da menopausa. No entanto, cada vez mais mulheres estão buscando alternativas mais naturais e integrativas, com foco na saúde como um todo — corpo, mente e alma.

Entre as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), algumas se destacam pelos benefícios e pela baixa incidência de efeitos colaterais:

Yoga

Além de promover equilíbrio emocional e físico, estudos mostram que a prática ajuda a prevenir o aumento do cortisol — o hormônio do estresse — em mulheres no climatério. Mais serenidade, menos sobrecarga.

Acupuntura

Tem mostrado resultados promissores no alívio dos fogachos e na redução do índice de Kupperman (escala usada para avaliar os sintomas da menopausa). Além disso, é uma grande aliada no combate à insônia — um dos principais vilões dessa fase.

Fitoterapia, meditação e autocuidado

Plantas medicinais, momentos de introspecção e pequenas pausas no dia para se reconectar com o próprio corpo podem ser mais eficazes do que se imagina.

A mensagem que fica

O climatério não precisa ser um tabu. É uma fase rica em aprendizado, autoconhecimento e transformação. Quando bem acolhida, pode ser o início de um novo ciclo — mais leve, mais consciente, mais seu.

Você não está sozinha. E, sim, é possível passar por tudo isso com mais equilíbrio, bem-estar e saúde.